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O EVANGELHO DA PAZ
Esta é a palavra que Deus enviou aos filhos de Israel, anunciando-lhes o evangelho da paz, por meio de Jesus Cristo. Este é o Senhor de todos. Atos 10:36.
Voltamos a chover no molhado. Religião é tudo o que o ser humano faz para se tornar aceito perante o seu Deus. Evangelho é tudo o que Cristo fez e faz, para encontrar a ovelha perdida, que Ele veio buscar. Religião é mérito. Evangelho é graça de A a Z.
Não acredito em paz a qualquer custo; creio, sim, na paz ao preço da cruz. - Eu não acredito na paz que as religiões pregam, mas creio na paz do Evangelho. As religiões pregam acordos de cavalheiros, mas o Evangelho acorda os ‘cavalheiros’ para verem sua morte na cruz com Cristo. No Evangelho não há lugar para conciliação de egos, mas para exterminá-los na cruz e fazê-los novas criaturas em Cristo Jesus.
Não acredito na paz diplomática das religiões. Não vejo nenhuma afinação na orquestra religiosa, com as tentativas de acordo que a ONU e o Papa estão fazendo para costurar essa unidade no caos. - Lobos e cordeiros só viverão em paz no reino milenar do Cristo. Os Egos altivos jamais se desestimam, se não forem a nocaute através da cruz.
A Bíblia mostra o método de desfazer a inimizade e trazer a reconciliação. Veja como o apóstolo Paulo explica. Os judeus e os gentios são inimigos figadais, então vem o Cordeiro de Deus e desfaz a inimizade. Mas como? Jesus, na cruz, atrai tanto o judeu como o gentio em seu corpo e os faz morrer todos com ele. Todavia, na ressureição, não é o judeu nem o gentio quem ressuscita, mas um novo homem. Os egos são crucificados.
Vamos ao argumento do apóstolo Paulo à igreja em Éfeso, na Ásia. Portanto, lembrem-se de que anteriormente vocês eram gentios por nascimento e chamados incircuncisão pelos que se chamam circuncisão, feita no corpo por mãos humanas, e que, naquela época, vocês estavam sem Cristo, separados da comunidade de Israel, sendo estrangeiros quanto às alianças da promessa, sem esperança e sem Deus no mundo. Efésios 2:11-12. (Os gentios eram lixo para os judeus).
Os judeus não se bicavam com os gentios e vice versa. Havia uma profunda e radical diferença. Não só uma desavença visceral, como ainda perseguição cruel entre os dois grupos, gerando inimizade e vingança de geração em geração. Era guerra mundial.
Mas, agora, em Cristo Jesus, vocês, gentios, que antes estavam longe, foram aproximados mediante o sangue de Cristo. Efésios 2:13.
O sangue carmesim cobre o rubro do pecado. Os 50 tons de cinza são, de fato, cobertos pelo sangue vermelho que escorreu da cruz. As diferenças arrogantes dessa tal soberba humana foram extirpadas no cadáver do Calvário. Cristo, crucificado, crucificou o velho Adão com suas religiões exalando cê-cê e o bafo azedo de orgulho.
Jesus não veio fundar uma religião, nem afundar as pessoas num sistema que as aprisione, mas trazer a plena libertação de qualquer tipo de religião, pela revelação do Evangelho. A religião está para o Evangelho assim como a cachaça está para a água. A religião embriaga e vicia, enquanto o Evangelho dessedenta e limpa de toda sujeira.
O argumento do apóstolo vai bem mais longe: Pois ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um e destruiu a barreira, o muro de inimizade, anulando em seu corpo a Lei dos mandamentos expressa em ordenanças. O objetivo dele era criar em si mesmo, dos dois, um novo homem, fazendo a paz, e reconciliar com Deus os dois em um corpo, por meio da cruz, pela qual ele destruiu a inimizade. Efésios 2:14-16.
Cristo crucificado é o denominador comum entre judeus e gentios. Na cruz, a morte para o egoísmo de egos altivos foi conclusiva para desbancar a desavença. Se eu estou crucificado com Cristo, para mim e Cristo vive em mim, para a glória de Deus, então não há lugar em mim para as competições, disputas, partidos e tudo que gera divisão.
O Evangelho da paz não é um acordo firmado entre as parte beligerantes, mas uma sentença de morte, juntamente com Cristo, dos contenciosos, para, em seguida fazê-los novas criaturas pacíficas e pacifistas, promotoras da paz.
A paz do Evangelho faz cessar a guerra do ser humano com Deus, por meio da morte do réu com Cristo, acalmando o seu coração agitado, em consequência da rebeldia inata do pecado, desfazendo as contendas religiosas do fanático. No Evangelho, a paz não é um pacto de boa vizinhança, mas a reconciliação dos adversários para viver como família liberta e fraterna. Não é paz constrangida, mas celebrante.
Ele veio e anunciou paz a vocês que estavam longe(gentios) e paz a quem que estava perto,(judeus) pois por meio dele tanto nós(judeus) como vocês (gentios) temos acesso ao Pai, por um só Espírito. Efésios 2:17-18. A obra da cruz é para todos.
Sem o espírito pacificador não se pode dizer que houve verdadeira experiência de cunho espiritual. Os filhos do Deus da paz são promotores da paz de Deus. No Reino de Deus há uma seleta estirpe de gente indigna, alcançada pela graça, em que uma de suas maiores façanhas é viver dignamente, para a glória de Deus, manifestando a paz.
A. W. Pink dizia que: poucas coisas adornam e embelezam mais a profissão de fé cristã do que exercitar e manifestar o espírito de paz. Aquele que foi justiçado não tem justificativa para viver um estilo de rabugice, implicância e vingança, pois, aquele que foi perdoado, perdoa e quem foi pacificado se torna um pacificador por excelência.
O Evangelho da paz promove a paz do Evangelho, que se caracteriza pela sã restauração dos relacionamentos, mas essa restauração só pode ser feita à base da cruz e sob os efeitos da morte do ególatra. Queremos deixar claro: não é paz a qualquer custo.
Alguém disse: “A paz é uma jóia tão preciosa que eu daria qualquer coisa por ela, menos a verdade.” Temos que considerar isto com atenção. Não podemos fazer um acordo de paz em detrimento da verdade. E não podemos falar de verdade se essa for de aspecto apenas subjetivo, uma vez que, a verdade só é verdade se for absoluta.
2 + 2 são 4, para todos e em todos os lugares. Verde é verde e azul é azul para todos, se não for o caso de ser daltônico. Se for, não é a cor que muda, mas a percepção da pessoa em consequência de uma deficiência visual. A verdade é verdade em qualquer circunstância e em todo tempo. “O que é, é, e o que não é, não é.” Isso é axiomático.
Já disseram. “A verdade não é hipótese, a verdade não é mero dogma. A verdade não é hindu, cristã, judaica, tampouco muçulmana. A verdade não é minhanem sua. A verdade não pertence a ninguém, mas todos precisam pertencer à verdade”.
A verdade significa aquilo que é e não aquilo que acho que seja. Aquilo que é, é o que significa a palavra latina, verus, de onde was e were, em inglês, derivam.
Verus, na verdade, é aquilo que é, sem interpretação. Quando entra algum tipo de interpretação, o que sepode conhecer é uma versão e não a verdade. Essa é uma das diferenças entre a verdade e a versão da verdade. A versão é verdade interpretada.
Que é a verdade?” - perguntou Pilatos. Ele disse isso e saiu novamente para onde estavam os judeus, e disse: “Não acho nele motivo algum de acusação. João 18:38. Parece que ele não estava interessado em ouvir, nem Jesus ficou ansioso em explicar. O seu silêncio mostra que a verdade é, em si, inescrutável e inexplicável.
Jesus, em outra ocasião, se apresentou como: Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim. João 14:6. Aqui vemos a verdade que fala, que ama, que perdoa e que se basta e, quando tentam matá-la, ela ressuscita.
Cristo, a verdade, se basta e é bastante para nos suportar em nossas dúvidas. Gosto deste pensamento de Meister Eckhart, sec 14: “Se Deus fosse capaz de desviar-se da verdade, eu de bom grado manter-me-ia fiel à verdade e renunciaria a Deus.” Porém, graças a Deus, Ele é a verdade que se basta e que nos basta em todos os aspectos da compreensão, tanto da racionalidade como das emoções.
Volto ao ponto do Evangelho da paz. Martinho Lutero dizia: “Paz se possível, mas verdade a qualquer custo.” A verdade em Jesus é a promotora da paz, não essa dos acordos religiosos, mas da cruz que nos liberta da tirania dessa arrogância presunçosa.
Mas, vivemos hoje a ditadura do relativismo. Dizem alguns que tudo é relativo. Ora, se tudo for relativo, então, a relatividade de tudo se tornou absurdamente absoluta. É aqui que os relativistas relativizam a verdade, a ponto de torná-la mero conceito subjetivo do expositor. Se minha verdade for verdade única, então temos 7 bilhões de verdades.
A paz do Evangelho é consequência do Evangelho da paz, onde a verdade, em Jesus, se apresenta suficiente. Se os homens precisam ser verdadeiramente ganhos, eles precisam ser ganhos pela verdade em Jesus, revelada pelas Escrituras em sua totalidade. Só o Evangelho da paz pode produzir a paz verdadeira do Evangelho, mediante a perfeita verdade em Jesus Cristo, Senhor nosso, de eternidade a eternidade. Amém.
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