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A FÉ OPERANTE
A fé mostra a realidade daquilo que esperamos; ela nos dá convicção de coisas que não vemos. Hebreus 11:1 (NVT).
O mundo físico tem três dimensões e não precisamos de fé para contatar com as suas realidades. A ciência comprova os fenômenos físicos e dá aplicabilidade aos fatos, mas nada tem a dizer daquilo que é espiritual. Só a fé vê o que é transcendente. Assim, sem fé é impossível agradar a Deus. Quem deseja se aproximar de Deus deve crer que ele existe e que recompensa aqueles que o buscam. Hebreus 11:6 (NVT).
A fé é o olho que enxerga na dimensão espiritual. Com ela percebemos a vida do espírito e viajamos por um território além da Física. Como visão interior a fé não precisa da lógica tridimensional para apropriar-se das realidades metafísicas. Sto. Agostinho via que “a fé é crer naquilo que não vemos e a recompensa desta fé é ver o que cremos”.
Segundo Elisabeth Elliot, “você nunca entenderá por que Deus faz o que faz; basta crer nele, e isso é tudo o que é necessário. Aprendemos a confiar nEle como Ele é.” A questão toda é que o homem natural não tem nenhuma condição de crer em Deus e, por isso mesmo, está completamente impossibilitado de sair do seu ateísmo pratico. Deus será sempre desconhecido para a mente natural, se não houver revelação de Sua parte.
Neste caso a fé precisará das “evidências” espirituais, senão se tornará uma mera superstição. Por isto, para que a fé se manifeste, nós precisamos da revelação da Palavra de Deus em nosso espírito. A fé vem pela Palavra revelada assim como o perfume da flor do jasmineiro vem ativar o olfato e extasiar-nos com seu cheiro agradável. Deste mesmo modo é que se deleita com a confiança na Sua Palavra, aquele que foi por Deus vivificado.
O que é fé? É composta de três elementos - conhecimento, crença e confiança. O conhecimento vem em primeiro lugar. Como eles crerão naquele que eles não ouviram? Eu preciso ser informado de um fato antes de poder crer nele. A fé vem pelo ouvir; devemos primeiro ouvir, para que possamos saber o que deve ser crido. Aqueles que conhecem o teu nome depositarão sua confiança em ti.
“Assim como o sol nos dá a luz para que o vejamos, a Palavra de Deus nos traz a fé para que creiamos em Deus.” Ao entramos em contato com a pessoa de Jesus, nós somos equipados com a visão espiritual da fé, da qual Ele é a fonte e o percurso. Mantenhamos o olhar firme em Jesus, o líder e aperfeiçoador de nossa fé. Hebreus 12:2a.
Jesus foi um homem que viveu aqui na terra 100% pela fé. Ele não se baseava no entendimento ou no sentimento humano, porém na sua confiança no Pai. Eu nada posso fazer de mim mesmo; na forma por que ouço, julgo. O meu juízo é justo, porque não procuro a minha própria vontade, e sim a daquele que me enviou. João 5:30.
Muitos confundem fé com o pensamento positivo, mas não é nada disso. Ainda que a fé não seja ilógica, encontra-se além da lógica. Não se trata de nenhum pensamento positivo ou lei de probabilidade matemática. “A fé é crer naquilo que nós não vemos, e a recompensa dessa fé é ver aquilo em que cremos,” repetindo Sto. Agostinho.
O homem natural não possui fé como realidade espiritual, porque encontra-se morto espiritualmente ou desconectado das realidades divinas. Assim, ele precisa, antes de tudo, ser vivificado pelo Espírito Santo para poder reagir de modo espiritual. Não havendo vida espiritual no ser humano não há possibilidade de fé salvadora.
Assim, antes do arrependimento e da fé serem reações espirituais legítimas da nova criatura, precisam vir ao ser humano como dons espirituais da graça, em razão da nova vida implantada na regeneração ou no novo nascimento. Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; Efésios 2:8.
“A graça não é uma recompensa da fé; fé é o resultado da graça.” Pois, pela graça de Cristo somos equipados com a fé que vem por meio de Jesus através da Palavra, afim de podermos crer em Cristo Jesus como o nosso Salvador e Senhor.
O arrependimento e a fé são graças que recebemos do trono da graça para poder reagir espiritualmente como novas criaturas. Se tivéssemos fé natural poluída pelo pecado, não poderíamos usá-la sem a possibilidade desta fé enxovalhada, ultrajar a salvação do Pai. Portanto, a fé salvadora é primeiramente um dom do Alto e depois uma reação do crente.
Alguém comparou assim: “a fé é na esfera espiritual o que o dinheiro é na esfera comercial.” Vamos tomar como exemplo aqui a parábola das dez minas ou dez moedas. O Senhor disse que um nobre foi convidado a um país distante para ser coroado rei. Antes de partir, reuniu dez de seus servos e deu a cada um deles dez moedas de prata, dizendo: ‘Invistam esse dinheiro enquanto eu estiver fora’. Lucas 19:13 (NVT).
Esta parábola pode estar se referindo ao Senhor Jesus que deu uma medida fé a cada um dos seus discípulos. Quando Ele voltar vai pedir contas de cada um deles. A questão agora é: o que fizemos com a fé que recebemos do Senhor? A vida cristã fala da mordomia do que cada um recebeu do trono da graça. Então, “a fé nunca teme a possibilidade de retirar mais do que tem em sua conta no banco do céu.”
Deste modo a verdadeira fé é a ousadia da alma em ir além do que é possível ver. Então podemos dizer como Charles F. Deems, “creia em sua crença e duvide de suas dúvidas; não cometa o erro de duvidar de suas crenças e de crer em suas dúvidas.”
Segundo Arthur C. Custance, “a fé que salva não é a contribuição humana de um pecador procurando salvação eterna, mas, sim, a contribuição amável do Deus gracioso procurando o pecador.” Não fomos regenerados por ter crido, mas para poder crer.
Não tínhamos fé quando éramos filhos de Adão. Mas não podemos caminhar sem fé na via do Evangelho. Como ensinava William Hendriksen, “a fé é o tronco de uma árvore cujas raízes representam a graça e cujos frutos simbolizam as boas obras.”
Nossa salvação não decorre das boas obras, mas nossas boas obras decorrem de nossa salvação através da fé, que nos foi dada pela graça de Cristo. Ninguém é salvo pelas obras, mas somente pela fé que vem por meio de Cristo Jesus e vai em direção a Jesus Cristo, mas, também, ninguém que foi salvo pela fé em Cristo pode viver sem boas obras.
Nós não fomos salvos pelas nossas boas obras, todavia sem as nossas boas obras não podemos de modo nenhum demonstrar que fomos salvos de verdade. Tiago foi bem preciso quando abordou este ponto essencial: Porque, assim como o corpo sem espírito é morto, assim também a fé sem obras é morta. Tiago 2:26.
Quando Tiago declarou que a fé sem obras está morta, ele afirmou que tal "fé" não pode justificar ninguém porque encontra-se morta. A fé viva produz boas obras, mas essas boas obras não são a base legal para a justificação. Somente o mérito alcançado por Cristo Jesus pode justificar o pecador do seu pecado, mediante a fé que lhe foi dada.
“Embora nossas boas obras não mereçam a salvação, elas são a base sobre a qual Deus promete distribuir recompensas no final. Nossa entrada no reino de Deus é somente pela fé. Nossa recompensa no reino será de acordo com nossas boas obras, como observou Agostinho, um caso da coroação graciosa de Deus aos Seus próprios dons”.
George Muller insistia assim: “a fé não atua no âmbito das possibilidades. Não há glória para Deus naquilo que é humanamente possível. A fé começa onde as forças do homem terminam.” Fomos chamados para viver por meio da fé que vem do Senhor Jesus, afim de manifestar as boas obras que Ele preparou de antemão para que andássemos nelas para a Sua glória, portanto, precisamos da fé dada por Deus para glorificar a Deus.
De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam. Hebreus 11:6. Martinho Lutero mostra que: “orgulhar-se no que os olhos vêem não é próprio da fé, mas confiar no que a Palavra revela.”
Deus salva o incrédulo por meio da Sua fé dada graciosamente, de modo que, a “fé que salva é uma dádiva do Deus que elege para Seus eleitos, pela qual sua eleição é realizada. Em vez da fé ser a base da eleição, ela é uma de suas conseqüências,” dizia R. B. Kuiper. Deus nos dá a fé para que nós creiamos nEle sem qualquer risco de nos envaidecer.
A fé é a graça das graças. E é evidente que, pela lei, ninguém é justificado diante de Deus, porque o que foi justificado viverá pela fé. Gálatas 3:11.
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