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Uma conversa sobre O cristão e o sofrimento.
Quem gosta de falar de sofrimento? Ai não! Isso é coisa de masoquista!
Vamos falar de coisa boa! Vamos mudar de assunto!
Já escutei muitos cristãos falando esse tipo de coisa, por isso resolvi escrever sobre o tema alguém precisa saber falar sobre a dor, de tal maneira que quem tem sua “alma doendo” entenda. E mais do que isso se sinta encorajado e com forças pra lutar.
Ouvindo um especialista sobre o assunto Christian Dunker separei alguns modelos para que enxerguemos melhor o assunto.
Usaremos então quatro tipos folclóricos apenas de forma ilustrativa, para mostrar a forma que as pessoas comumente sofrem. Então Os tipos de sofrimento segundo Dunker seriam:
#1 Sofrimento Zumbi
Quando a pessoa perde um “pedaço da alma” mas não consegue dizer, não consegue falar sobre o que está sentindo, não consegue colocar os pingos nos “is” o que fica no coração é uma incapacidade de falar sobre seus sentimentos, ou mesmo de falar sobre o que dói, geralmente a pessoa tende a repetir chavões zumbinianos: “cérebro” “mais cérebro”.
Trazendo pra vida prática a pessoa escolhe uma sentença e a repete coisas do tipo: “é só uma fase é só uma fase!” “Ele está precisando mais do que eu!”; “está tudo sobre controle!”
Elas repetem tanto na esperança de acreditarem no que estão falando, mas quanto mais falam menos sentido faz.
A questão não é frase que vivem repetindo, mas sim a realidade, e quem está próximo enxerga muito bem que a ferida foi tão profunda que essas pessoas emocionalmente vivem como mortos vivos.
Existem crentes assim? Sim, crentes que apanharam tanto nas suas emoções que não sabem nem mais dizer sobre o que sentem, tentam se recuperar ingerindo alguma coisa, mas na verdade isso não os restaura, assim como zumbis comem cérebros e continuam zumbis pessoas que sofrem assim sempre estão em busca de alguma coisa que os deixa exatamente do mesmo jeito: sofrendo!
#2 Sofrimento Frankenstein
Diferente do zumbi essa pessoa sabe falar, mas não importa o quanto fale não consegue explicar o que está sentindo, sabe do que eu estou falando?
Enquanto o zumbi anestesia a si mesmo de forma que nem sabe que esta um morto vivo,
Nesse outro modelo sempre se fala mas nunca se explica, a explicação nunca é encontrada.
A pessoa sofre por se sentir um “quebra cabeça humano” com peças embaralhadas, a pessoa não se encaixa em lugar nenhum, são só retalhos, a identidade é uma coleção, um monte de fragmentos que não conversam entre si e o que a pessoa consegue fazer pra melhorar? Mudar de lugar!
Porque sempre sente que está no lugar errado, isso o faz ir em busca de respostas ou de um lugar.
Mas que lugar acalmaria sua alma, que resposta resolveria seus sofrimentos? O lugar muda a colcha de retalhos continua!
#3 Sofrimento de fantasma
O sofrimento é sempre uma estratégia de assustar de amedrontar, quando a pessoa sofre ela se atormenta e com certeza o clima de “sofrimento mal assombrado” afeta a todos que estiverem perto.
Uma idéia fixa domina o coração dessa pessoa: Você deixou algo pra trás e isso vai te destruir, isso vai te pegar, como naquele filme “Eu sei o que vocês fizeram no verão passado” uma tortura que chantageia amedronta e faz sofrer.
O passado pega essas pessoas pelo pé e os tornam em reféns e cúmplices de um estado de tormenta.
#4 Sofrimento de vampiro
Quando o outro é uma ameaça a minha identidade o que sobra é: ou você persegue alguém ou é perseguido. A palavra vanglória na Bíblia como nos ensina Jonh Sttot tem um sentido forte que nos leva para dois eixos relacionais:
1) Eu sou melhor do que você e vou te provar.
2) Você é melhor do que eu e não gosto nem um pouco disso.
A experiência de sofrer assim revela uma certa “imortalidade do sofrimento” e essa imortalidade é mascarada com uma certa elegância, um clima sedutor que se apossa do outro como alguém se apossa de um objeto o cercando de regras e sugando sua energia vital, a pessoa sofre mas não sem sugar a energia de todos que conseguir.
Mas existem lágrimas que não são em vão, existem lágrimas que recebem remédio, lágrimas de quem se arrepende de quem vai aprendendo a ser corrigido no caminho.
Existe dor de quem decide colocar o pé onde se deve botar e a cada pegada a partir desse ponto o coração parece doer incalculavelmente, mas a cada pegada algo é reformado em nós, cada lágrima tem som, cada lágrima redireciona, cada lágrima tem remédio.
No evangelho, monstros aprendem a ser servos, servos aprendem a ser amigos, amigos aprendem a ser filhos, nesse sofrimento de transformação e aperfeiçoamento que a bíblia chama de santificação.
Nesse caminho o sofrimento faz sentido, porque constrói, é nesse caminho que estamos trilhando aos pés da cruz “no mundo tereis aflições” já sabíamos disso, muitas vezes por fora por dentro a dor nos espreme como Paulo nos ensina em II Cor 7 “por fora combate por dentro temores.”
O sofrimento que vale a pena é ação do arrependimento, é o vento que sopra essa transformação no evangelho.
O sofrimento é a marca pela luta por alegria, por paz e por justiça no evangelho o sofrimento é marca de quem entende que glorificar a Deus é o nosso propósito como Paulo poderemos dizer então “trago em mim as marcas do evangelho” quando a palavra vira sal, quando o evangelho vira luz, as lágrimas se transformam em gratidão.
Pr. Leonardo TP
Fonte: Instituto Mundo Bíblico
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