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As polícias Civil e Militar do Paraná deflagraram uma operação, na manhã desta sexta-feira (17), que teve como alvo uma quadrilha especializada em roubo a bancos e carros-forte. Seis suspeitos foram mortos em um tiroteio que, conforme a Secretaria da Segurança Pública estadual, durou cerca de oito minutos, em uma chácara na região de Ponta Grossa (PR).
Nenhum policial foi ferido. Na residência usada como base pelo grupo criminoso, que planejava uma nova ação no estado, os policiais encontraram sete fuzis de calibres 5.56 e 7.62; uma metralhadora calibre 50; uma pistola calibre 45, 36 carregadores de fuzil e diversas munições.
De acordo com informação divulgada pela Segurança Pública do Paraná, "durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão, as equipes do Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial (Tigre), da PCPR, e do Comandos e Operações Especiais (COE), da PMPR, foram recebidas a tiros".
Quadrilha suspeita tinha um veículo blindado, diz polícia do Paraná
Junto com as armas e munições, durante a ação no município de Ponta Grossa foram localizados equipamentos que, de acordo com a polícia, eram usados nas ações criminosas, como coletes e placas balísticas e explosivos. Um veículo blindado e clonado também estava na chácara.
De acordo com a polícia do Paraná, o grupo criminoso estava sendo monitorado desde dezembro pelo setor de inteligência, enquanto organizava mais um roubo de grandes proporções no estado.
"Desde o ano passado, a equipe está acompanhando e monitorando toda a movimentação desse pessoal no estado e conseguimos identificar a chácara, onde eles estavam concentrados. Com a ordem judicial foi montado o planejamento para que a operação fosse deflagrada", explicou o secretário da Segurança Pública do Paraná, Hudson Leôncio Teixeira.
Entre as armas localizadas, o secretário destacou a presença da metralhadora calibre 50 no arsenal da quadrilha. "É um armamento muito potente, capaz de furar um veículo blindado ou derrubar uma aeronave. As armas serão periciadas, pois acreditamos que elas possam ter sido usadas em outros roubos pelo país", comenta.
Dois suspeitos foram beneficiados por "saidinha" no final do ano
As investigações apontavam para a presença do arsenal no local, segundo Teixeira, o que levou a Sesp a optar pela ação da equipe do Batalhão de Operações Especiais da PM e o Grupo Trige da Polícia Civil. "Nosso objetivo era a captura [dos suspeitos], infelizmente, houve o confronto mas são menos seis indivíduos roubando bancos na região."
"Estamos identificando os corpos. Eles fazem parte de uma quadrilha de roubo a carro-forte e de 'novo cangaço' com atuação no Paraná e também em outros estados. São faccionados e dois deles foram beneficiados pela 'saidinha' de final de ano do sistema penintenciário e não retornaram", acrescentou Teixeira.
O "novo cangaço" é a expressão usada na área da segurança pública para ações de criminosos que tomam cidades com ataques a quarteis e viaturas e fazem reféns, enquanto parte da quadrilha invade as agências bancárias ou empresas de carros-fortes com armamento pesado e explosivo.
Caso em Guarapuava foi marco para polícia do Paraná, afirma secretário
O secretário de Segurança Pública do Paraná comparou a quadrilha com o grupo armado que aterrorizou a cidade de Guarapuava, na região central do estado, no dia 18 de abril de 2022 durante um assalto a uma empresa de transporte de valores.
"O modus operandi é parecido. A calibre .50 não é utilizada em qualquer tipo de roubo. Essa arma é usada para assaltos aos carros-fortes ou para a tomada de cidades para roubo em empresas de valores. A organização é semelhante do caso em Guarapuava, que foi um marco para segurança do Paraná. Nós mudamos vários protocolos e por isso não temos mais tantas situações como aquela no nosso estado", avalia Teixeira.
Em 2022, cerca de 30 bandidos fortemente armados participaram da ação de "novo cangaço" para a tomada de uma das maiores cidade da região central do Paraná. Moradores foram feitos de reféns em um escudo humano para que os criminosos não fossem alvejados. Três policiais foram atacados em uma viatura. Um deles levou um tiro na cabeça e passou por cirurgia. Outro PM teve fratura exposta na perna. O policial que estava ao volante teve ferimento leve no peito e só não morreu porque o projétil de fuzil acabou contido pelo celular que estava no bolso do colete à prova de balas que foi perfurado.
Doze veículos foram usados na ação pelos assaltantes, sendo que quatro carros foram queimados e utilizados como barreiras para bloquear o trânsito na rodovia BR-277.
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