Polícia Civil e Ministério Público deflagram 7ª fase da Operação Canaã
A Polícia Civil do Estado de Rondônia, por intermédio da 2ª Delegacia de Repressão ao Crime Organizado – DRACO2, em ação conjunta com Ministério Público do Estado de Rondônia, por meio dos Grupos de Atuação Especial do Meio Ambiente (GAEMA), do Centro de Atividades Extrajudiciais (CAEX) e da Promotoria de Justiça de Guajará-Mirim, deflagraram na manhã desta quinta-feira (06/10) a 7ª fase da Operação Canaã, intitulada de “ANOMIA”.
A ação policial ocorre em combate ao crime organização, ocupação ilegal de terras públicas, comércio (compra e venda) e a exploração ilegal de recursos ambientais no Parque Estadual Guajará-Mirim e na área denominada "bico do parque", situada na zona de amortecimento da unidade de conservação.
As investigações apontaram indícios de que, após a invasão e loteamento da área pretendida pelos invasores, efetivado com o auxílio de um topógrafo, o núcleo criminoso de liderança promovia a venda dos lotes através de um advogado, que coordenava a invasão e promovia a manutenção dos compradores no interior da área invadida, ocasião em que passavam a realizar um significativo e severo desmatamento do local.
A ação policial visa cumprir 04 (quatro) mandados de prisão preventiva, 01 (uma) medida cautelar diversa da prisão e 14 (catorze) mandados de busca e apreensão domiciliar nas cidades de Porto Velho, Guajará-Mirim, Nova Mamoré e distrito de Jacinópolis.
Segundo o Coordenador do GAEMA, Promotor de Justiça Pablo Hernandez Viscardi, a extensão do dano, em floresta pública desmatada, chega a 2.347 hectares, valorados monetariamente em mais de 86 (oitenta e seis) milhões de reais. “ Trata-se de uma Organização Criminosa, de grande periculosidade, que vem sendo investigada desde 2019”, enfatizou o Promotor.
A divisão da área da unidade de conservação resultou no quantitativo aproximado de 112 (cento e doze) lotes, grande parte deles já vendida.
A promotora de Justiça de Guajará-Mirim, Naiara Ames De Castro Lazzari, explica que a ação objetiva ainda frear as condutas violentas praticadas pelo grupo criminoso na região, onde realizaram diversos ataques armados contra servidores das forças de segurança pública e órgãos de fiscalização ambiental, resultando, inclusive, em um servidor público alvejado com um disparo de arma fogo, além de ameaças até mesmo ao Poder Judiciário.
O diretor do Departamento de Polícia do Interior, Paulo Kakionis, afirmou que: “A Polícia Civil que esta operação é uma demonstração de que o poder público está atento aos crimes ambientais. Não permitiremos a destruição e vandalismo em nossa floresta, motivado pela ganância daqueles que não querem exercer uma atividade lícita.”
A operação é decorrente das investigações da operação “bico fechado”, realizada pelo Ministério Público do Estado de Rondônia no ano de 2019.
Também estão envolvidos no trabalho, as Secretarias de Estado da Segurança, Defesa e Cidadania (SESDEC), e do Desenvolvimento Ambiental (SEDAM), Núcleo de Operações Aéreas (NOA), Polícia Militar, o Departamento de Estratégia e Inteligência - DEI e a Coordenadoria de Recursos Especiais – CORE, além das unidades da polícia judiciária do interior.
O nome da operação “anomia” faz referência ao modo de agir do grupo, onde se acreditavam estar em um estado com ausência de regras e leis.