Comerciantes de Ariquemes estão temerosos com situação econômica do país e freiam investimentos

Ailton Oliveira

         Com a situação econômica do Brasil, onde o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) revela um crescimento da inflação de 7,26% para 7,56%, o sexto aumento seguido, as perspectivas de alguns comerciantes do município de Ariquemes não são das melhores. Segundo eles, hoje o empresário tem que ter muita cautela na hora de fazer um investimento. O dono de um comercial no centro da cidade, Isaque de Oliveira Lima, diz que o ramo de alimento, ao qual ele aderiu recentemente, já sente o impacto causado na economia por causa da situação política do país com a ameaça de Impeachment da Presidente Dilma Rousseff .

         “Estou entrando nesse ramo agora e preciso fazer um investimento, mas não vai ser muita coisa. O momento é de cautela. Eu sei que colegas de outros setores empresariais estão bem apertados e temerosos com o senário político nacional” disse Isaque de Oliveira.

         Jurandir Nogueira dos Santos, que atua nos ramos de atacado e varejo, também defende muita cautela nas negociações financeiras atualmente. “Hoje eu compro um produto, quando é daqui a quinze dias o preço já é outro bem maior. Contratação de funcionários até que eu queria, mas não tenho condição. O melhor é aguardar os acontecimentos dos próximos meses. Disse Jurandir Nogueira.

         E se o empresariado sente o impacto da inflação, o consumidor sente mais ainda. O Operador de máquina de torrefação de café, Wanderlei Correia dos Santos, estava fazendo feira para casa quando foi abordado para falar da crise em Ariquemes. Ele diz que o trabalhador tem que se esforças muito para não deixar a família passar fome. “Está tudo ficando mais caro a cada dia. Hoje o trabalhador tem que andar com uma calculadora e diminuir a quantidades dos produtos que comprava antes ou terá que devolver quando chega ao caixa. A situação tá difícil” lamenta Wanderlei Correia.

         As estimativas dos economistas do mercado financeiro não são nada animadoras. Eles vêem mais inflação para 2016 e 2017, assim como um desempenho pior para a economia brasileira. Eles se baseiam em uma pesquisa realizada pelo Banco Central junto a mais de 100 instituições financeiras que mostra também que o IPCA ganhou força no início de 2016, chegando a 1,27% em janeiro, a maior taxa mensal para janeiro desde 2003, quando atingiu 2,25%. Em 12 meses, o indicador acumula alta de 10,71%.

         O aumento das expectativas dos analistas das instituições financeiras para a inflação aconteceu com mais intensidade após o Banco Central manter a taxa básica de juros estável em 14,25% ao ano – o maior patamar em quase dez anos – em meados de janeiro.

FONTE: ARIQUEMES190.COM.BR

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