A Justiça de Rondônia concedeu tutela favorável a um dos moradores que teve a casa destruída por uma patrola no município de Colorado do Oeste (RO). O acidente aconteceu em agosto de 2013. De acordo com Boletim de Ocorrências, a máquina não respondeu aos comandos do maquinista e desceu de ré por um morro. Em entrevista ao G1, o enfermeiro Jonas de Oliveira disse que sua vida mudou completamente desde a data da colisão.
“Eu e minha família ainda estamos morando de aluguel. A empresa responsável pela máquina não entregou uma casa nova para a gente”, afirma. De acordo com Jonas, a construtora Dalla Valle havia combinado de construir uma nova residência, mas desde dezembro do ano passado as obras estão paradas. Outro item que havia sido acordado entre as partes era referente ao aluguel em uma casa para a família, enquanto as obras aconteciam. “Alugamos uma casa no valor de R$ 400 mensais. Eles pagaram apenas dois meses e o restante tivemos que arcar sozinhos”, diz.
Com o comprometimento do orçamento mensal da família, Jonas decidiu acionar a Justiça pedindo para que a empresa voltasse a custear o aluguel. “Nós também pedimos para que fossem comprados novos móveis, pois tivemos perca total com os nossos”, relembra. Desde agosto do ano passado, Jonas afirma estar dormido em um colchão, doado por um vizinho. “Eles não deram assistência nessa parte”, afirma. No dia 10 de abril a Justiça ordenou que a construtora comprasse móveis essenciais, como dois colchões de casal, um colchão de solteiro, dois guarda-roupas. A entrega destes materiais aconteceu nesta semana, segundo Jonas.
Procurado, um dos responsáveis pela construtora, Ricardo Dalla Valle, disse que as obras da casa de Jonas foram terminadas em dezembro do ano passado. “Quando íamos entregar, ele pediu novas coisas, além do combinado, por isto ele ainda está morando de aluguel.”, explica. Caso descumpra a decisão judicial de não pagar o aluguel, a construtora receberá uma multa diária no valor de R$ 100. De acordo com Dalla Valle, a empresa cumpriu o combinado com outra moradora atingida.
Márcia Aparecida Rodrigues, 34 anos, também teve uma parte do muro e varanda destruída pela patrola, mas ela já voltou para a nova casa. “Fiquei uns 40 dias fora até arrumarem”, explica. Jonas, vizinho de Márcia, lembra do susto que teve no dia. “Eu estava em casa, deitado na sala, quando de repente ouvi um barulho estrondoso. Eu e minha família escapamos por pouco”, afirma.
FONTE: G1