Deputado Coronel Chrisóstomo cobra explicações de ex-presidente do INSS sobre fraude em descontos de aposentados
Parlamentar questiona conivência da direção do INSS com entidades suspeitas e defende investigação completa sobre desvio de recursos
O deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL-RO) cobrou duramente o ex-presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, durante depoimento à CPMI que investiga fraudes em descontos de mensalidades associativas de aposentados e pensionistas. A reunião ocorreu nesta segunda-feira (13), no Congresso Nacional.
Durante a oitiva, o parlamentar questionou a omissão de Stefanutto diante das denúncias e cobrou que o ex-gestor revelasse os responsáveis pelo esquema de desvio de recursos da Previdência. “O Brasil quer saber, senhor Stefanutto. O senhor não é militar? Militar tem que falar a verdade, não pode enrolar. O Brasil quer que a gente fale a verdade”, afirmou o deputado.
Chrisóstomo também criticou a postura do ex-presidente do INSS ao minimizar as irregularidades identificadas pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU). “O senhor sabe de tudo e fica calado, escondendo as verdades. As nossas idosas estão sofrendo. O senhor disse que o INSS é maior que o problema dos descontos indevidos, mas o que está em jogo são mais de seis bilhões de reais tirados dos aposentados e pensionistas”, declarou o parlamentar.
O deputado destacou ainda o envolvimento de representantes do INSS e dos Ministérios da Previdência e do Desenvolvimento Social em 15 reuniões com entidades privadas investigadas por fraude, entre elas a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), que participou de 13 desses encontros. “Não tem outra saída, senhor Stefanutto. Participar de 15 reuniões com entidades sob suspeita é ser conivente com o roubo. O rolo está aí, o Brasil está vendo”, disse Chrisóstomo.
Stefanutto negou as acusações de acobertar irregularidades. Ele afirmou ter seguido “protocolos internos” e declarou que pediu exoneração do cargo por considerar o ambiente de trabalho “constrangedor” após a Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal em abril deste ano.
O ex-presidente também foi questionado sobre a nomeação de André Fidelis para a Diretoria de Benefícios, investigado por suposto recebimento de propina em acordos firmados entre o INSS e associações. Chrisóstomo cobrou explicações sobre a manutenção de Fidelis no cargo mesmo após denúncias. “O senhor sabia das acusações e ficou um ano com ele no cargo. Por que não denunciou? Por que não mandou afastar?”, perguntou.
Stefanutto respondeu que não foi o responsável direto pela indicação, mas confirmou ter mantido a equipe de diretores durante sua gestão. Ele afirmou que as irregularidades começaram antes de sua presidência e disse estar colaborando com as investigações.
A CPMI do INSS segue apurando o suposto esquema de descontos irregulares em benefícios previdenciários, que teria movimentado bilhões de reais e beneficiado entidades-fantasmas e sindicatos ligados a dirigentes do órgão.
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FONTE: ASSESSORIA