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Em discurso realizado na Tribuna do Senado, o senador chamou a atenção para a queda nos indicadores dos países da OCDE e afirmou que o Brasil poderia estar melhor se a educação fosse prioridade
No dia que em que a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE publica o mais importante estudo sobre a educação realizada no mundo – o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes – PISA, o senador Confúcio Moura (MDB-RO) tomou a Tribuna do Senado Federal e fez uma avaliação dos resultados apresentados pela OCDE.
Para o senador, os resultados apresentados na pesquisa, mesmo ruim para educação brasileira, há esperanças sobre o futuro. “Como um intransigente defensor da educação pública de qualidade, eu não poderia deixar de comentar sobre o resultado do exame do Pisa, que saiu hoje, e a situação brasileira diante desse resultado. A maioria dos brasileiros concorda com a ideia de que toda criança deve ter acesso à educação de qualidade, sem discriminação de renda e de endereço. Este é o fator fundamental para que os problemas econômicos e sociais do Brasil possam ser resolvidos de fato, com base na igualdade de oportunidades. Entretanto, ainda precisamos nos conscientizar de que a melhoria da educação deve ser prioridade absoluta”, alertou o parlamentar.
Em um mundo conectado pela tecnologia e pelo conhecimento, o senador acredita que o desenvolvimento é resultado do tamanho da importância que o país dá à educação; “Vivemos em um mundo cuja prosperidade de um país assenta-se cada vez mais no conhecimento e na capacidade de inovação do seu povo. O Brasil jamais será uma nação desenvolvida enquanto não tiver um sistema de ensino de qualidade. A educação de base é como uma questão de segurança nacional, precisa ser provida com qualidade pelo próprio Estado”, afirmou Confúcio Moura.
Os dados divulgados hoje, segundo o senador, demonstram que isso é uma realidade dolorida para quem pensa o futuro. “Infelizmente, os indicadores educacionais apontam que o nosso país continua com resultados bem abaixo da média dos outros 81 países no Pisa 2022. A edição de 2022 do Pisa é o primeiro estudo, em grande escala, de como a pandemia agravou a tendência de queda do desempenho de estudantes ao redor do mundo inteiro”, informou o senador.
No geral, os dados brasileiros não foram de todo ruim, embora tenham caído, se comprados aos resultados de 2018. “A média de resultados dos países pesquisados caiu dez pontos. Em leitura, caiu 15 pontos; em matemática, a Alemanha e os Estados Unidos tiveram uma queda, em média, de 25 pontos, a Alemanha foi de 13, respectivamente”, explicou Confúcio Moura.
No caso brasileiro, os números foram melhores. “O Brasil teve queda de cinco pontos em matemática, de três em leitura e caiu um ponto em ciência. Essa queda nos dados da educação brasileira está sendo considerada pela OCDE estatisticamente como irrelevante e é um resultado bem melhor do que esperávamos pelo fato de ter sido um dos países que ficaram mais tempo com as escolas fechadas”, comemorou o senador.
Para Confúcio Moura tudo indica que se não fosse a pandemia, o Brasil teria tido uma melhora dos resultados; a exemplo de Singapura, que teve os melhores resultados em todos os quesitos. “Mas isso não significa que temos algo a comemorar. Ocupamos uma das últimas posições educacionais do mundo. O certo é que o Brasil tem tido um desempenho praticamente estagnado em matemática, leitura e ciência desde 2009, com um desempenho muito baixo, se comparado com outros países com características parecidas em renda per capita e investimento e educação”, avalia.
Na atual engenharia de financiamento da educação, a União é a que menos investe em educação, mesmo sendo o Ente que cuida da educação superior. “Acreditamos que uma causa dessa estagnação é o baixo investimento por aluno na educação básica, cerca de um terço do gasto realizado pelos países desenvolvidos. Atualmente, o investimento público direto na educação básica em relação ao PIB é de 4,2%. Isso equivale a pouco mais de 250 bilhões, sendo que estados e municípios juntos respondem por 80% deste valor. Ou seja, a participação da União no financiamento da educação é baixa, menos de 20%, mesmo com o novo Fundeb”, alerta Confúcio Moura.
Os dados baseados na Pnad, do IBGE, indicam que apenas 54% das crianças que ingressam no ensino fundamental conseguem concluir o ensino médio até os 19 anos. O resultado do Ideb 2015 mostra uma estagnação da educação básica em baixíssimas notas, notas de 5,5, 4,5 nos níveis no ensino fundamental; e, no ensino médio, nossas notas são em média 3,7.
“Dados do Inep de 2016 indicam redução de quase 50% das matrículas em tempo integral. O Brasil urge pelas transformações na educação. Se os presídios de hoje explodem é porque não fomos responsáveis o suficiente 20, 30 anos atrás. A violência urbana, os assaltos e as mortes explodem porque não miramos nosso olhar para a necessária revolução da educação de base 20, 30 anos atrás. O pobre crescimento econômico de hoje, a falta de mão de obra qualificada e a informalidade na economia ocorrem justamente por falta da educação e das medidas que não tomamos 20, 30 anos atrás”, concluiu Confúcio Moura.
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