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Há dez anos sofrendo com a doença de Parkison, o idoso Antônio Marques Souza, 68 anos, foi o paciente a fazer a primeira cirurgia de marca-passo cerebral em Rondônia pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O procedimento foi realizado no Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro, em Porto Velho, pela equipe da neurologista funcional Rafaela Rezende.
“Sobre o tratamento cirúrgico disponível, existe a técnica ablativa, que já é feita no Hospital de Base, que produz bom resultado, lembrando que essa é irreversível. A que nós fizemos nesse paciente, é conhecida como estimulação cerebral profunda. Consiste no implante de eletrodos no cérebro, acoplados a um marca-passo (gerador de pulso elétrico). Os eletrodos são alocados em núcleos encefálicos, como o globo pálido ou subtálamo, que estão diretamente relacionados com a doença de Parkinson”, explicou a neurologista funcional Rafaela Rezende, que realizou o procedimento.
Não há cura para Parkinson. Os tratamentos existentes buscam frear o avanço dos tremores e da rigidez muscular, principais sintomas da doença. Existem medicações eficientes, mas que requerem cautela por serem tóxicas ao organismo.
Uma alternativa para pacientes com sintomas em estágios moderadamente avançados (geralmente cinco a dez anos após o diagnóstico) é o implante do marca-passo cerebral. O equipamento é muito semelhante ao marca-passo cardíaco, é pequeno e funciona com impulsos elétricos localizados. Ele age sobre áreas do cérebro afetadas pela doença, assim regredindo em mais de cinco anos o avanço dos sintomas.
De acordo, ainda, com a especialista, não são todos os pacientes com a doença de Parkinson que podem fazer esse procedimento, apenas de 10 a 15% são candidatos a essa cirurgia. “Um dos pré-requisitos para fazer a cirurgia é que a medicação já não esteja fazendo tanto efeito após 5 anos. Então a cirurgia vem para possibilitar ao paciente, com a doença, o retorno e o controle de seus movimentos. Um procedimento com recuperação rápida, passando em torno de três dias internado, sendo que um é necessário na UTI”, disse Rafaela Rezende.
“Isso dá mais qualidade de vida ao paciente. Ele resgata a própria autonomia para realizar tarefas cotidianas e, assim, adia o aparecimento de outros sintomas secundários da doença de Parkinson, como a depressão”, afirma a neurologista funcional do HB.
Para Antônio Marques, o sentimento agora é de alegria em poder fazer atividades simples, como vestir a própria roupa, o que dependia das filhas.
“Eu estou muito feliz, eu já posso levantar a perna, abro e fecho a mão sem tremor, já consigo me alimentar e, o melhor, consigo me vestir. Essa equipe do Hospital de Base me fez nascer novamente, só tenho a agradecer”, disse o paciente.

“Obrigada toda equipe do Hospital de Base. Agradeço ao governo do Estado por ter proporcionado essa cirurgia. É um sonho realizado, há 10 anos meu pai sofre com essa doença, nós não tínhamos mais esperança de que ele pudesse ter um conforto, uma qualidade de vida. A Secretaria de Saúde abriu essa cirurgia para nosso pai, hoje a palavra é gratidão. Sou grata a todos pelo cuidado que tiveram com nosso pai. Nosso presente de deus nesse fim de ano”, disse Cristiane Lopes Barbosa, filha do seu Antônio.
COMO FUNCIONA
Para implantar o marca-passo, o paciente é submetido a uma cirurgia. Eletrodos são colocados no cérebro e ligados ao marca-passo, que fica sob a pele na altura da clavícula. Eles são ligados por um fio, chamado de extensão, também sob a pele.
Esse conjunto irá realizar a chamada estimulação elétrica profunda cerebral, que irá interferir nos sinais que causam os sintomas motores do mal de Parkinson. Com a melhora dos sintomas, o paciente pode diminuir ou até largar as medicações e, assim, ficar livre dos efeitos colaterais, que chegam a incluir delírio e alucinações.
“Estudos recentes mostram que a cirurgia realizada precocemente, ainda durante as fases iniciais da doença, resulta em melhor qualidade de vida durante a evolução do problema”, diz a equipe de neurologia do HBAP.
NO BRASIL E NO MUNDO
A doença de Parkinson atinge cerca de 3% da população mundial, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), sendo que os pacientes geralmente tem idade igual ou superior a 50 anos. Conforme a idade avança, a prevalência da doença também se torna mais alta. Há estudos que apontam até 5% em populações acima dos 65 anos.
A doença está relacionada com queda na produção do neuro transmissor dopamina. Sem ela, a comunicação do cérebro fica comprometida e isso leva à perda de funções motoras e não motoras.
Fonte
Texto: Sângela Oliveira
Fotos: Ítalo Ricardo
Secom - Governo de Rondônia
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