Famílias desabrigadas pela cheia histórica do Rio Madeira, em Porto Velho, começam a ser transferidas dos abrigos (escolas públicas) para o Parque dos Tanques. Foram montadas cerca de 200 barracas, enviadas pelo governo federal, que devem atender a demanda, de acordo com a Defesa Civil. Cerca de 25 mil pessoas foram atingidas pela enchente, que já dura dois meses. O rio começa a dar sinais de diminuição da cota e a previsão é a de nas próximas semanas o nível baixe ainda mais, segundo Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam).
De acordo com a última aferição feita pela Agência Nacional de Águas (ANA), o rio está com 19,62 metros. No dia 30 de março o Madeira atingiu 19,74.
A primeira família saiu de uma residência alagada no Bairro Nacional com a ajuda da Defesa civil e do Exército. Três caminhões auxiliaram na mudança que foi levada ao Parque dos Tanques.
Os trabalhos de limpeza continuam principalmente na estrutura onde era a praça de alimentação das feiras agropecuárias, local onde vai funcionar também chuveiros, lavatórios e área de lavar roupa.
Os móveis das famílias vão ser catalogados e armazenados em containers. Só vai pra barraca o de extrema necessidade. A prioridade das barracas é para as famílias que estão nas escolas, pra que o ano letivo deste ano comece. A Secretaria de Estado da Educação informou que 11 escolas foram cedidas para servirem de abrigos.
No Baixo Madeira, muitos distritos de Porto Velho foram inundados e milhares de pessoas abandonaram suas casas. O distrito São Carlos foi 100% atingidos e várias famílias passaram a viver em flutuantes.
Já a BR-364, única via de acesso ao Acre, continua bloqueada por apresentar seis pontos de alagamento e por causa da forte correnteza, as balsas não têm força para subir o rio na região da comunidade Palmeiral, distante cerca de 130 quilômetros de Porto Velho. Próximo a essa região, em Velha Mutum, a água sobre a rodovia chegou a ultrapassar 1,5 metro, o que deixou vários motoristas ilhados.
Guajará-Mirim
Famílias desabrigadas pela enchente do Rio Mamoré, em Guajará-Mirim (RO), que estavam abrigadas no Rotary Clube, foram transferidas para as barracas,, enviadas pelo governo federal, montadas no Ginásio de Esportes Afonso Rodrigues. No local, foram alojadas 11 famílias, um total de 60 pessoas e 30 barracas de lona. Apenas uma pessoa permanece no Rotary Clube, ela se negou a deixar o local, de acordo com a Defesa Civil. A mudança foi iniciada na noite de terça-feira (1) e finalizada na manhã de quarta (2).
FONTE: G1