25 de Janeiro de 2010 19:34:25
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Auto Posto Ariquemes

Data: 01/08/2015 Compartilhe esta notícia

ARREPENDIMENTO PARA ALÉM DA COMOÇÃO ÍNTIMA

Depois de João ter sido preso, foi Jesus para a Galiléia, pregando o evangelho de Deus, dizendo: O tempo está cumprido, e o Reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho. Marcos 1:14.

É muito comum interpretar estas palavras da seguinte forma: Arrependam-se de seus pecados, abandonem suas vidas promíscuas e dissolutas; deixem a desonestidade, amem a verdade. Não roubem, sejam misericordiosos e solidários, pois o Reino de Deus, isto é, o dia em que seremos julgados pelos nossos delitos e maldades, diante de Deus, chegou.

Se eu saísse às ruas e dissesse com toda força dos meus pulmões: “Arrependam-se”. Não seria difícil supor que os meus interlocutores julgassem que o convite que estou fazendo é para que abandonem algum tipo de desvio de conduta pessoal e passem a freqüentar alguma igreja cristã a fim de que experimentem uma vida mais regrada e ética.

É verdade que os regenerados andam em novidade de vida e que o Senhor os faz andar por trilhos de sua Graça a qual lhes dá uma nova moralidade. Contudo, certamente, não é apenas isso o que significa tal proclamação.

O arrependimento moderno parece estar muito atrelado com aquele sentimento que se tem quando os resultados do momento não são bons o suficiente. Assim imediatamente se instala em nós um desejo de voltarmos ao passado e fazer algo diferente do que fizemos.

É um conceito que surge da vontade de alterar o cenário atual dos fatos identificar no decorrer do processo onde ocorreu a falha e em seguida lamentar por não conseguir fazer mais nada acerca disso. É como pegar o caminho congestionado numa experiência cotidiana, ou em casos mais doloridos, aspirar ter tido outra profissão já no final da vida.

Não! Arrependimento não é sensibilidade frente ao equívoco. Arrependimento do qual a bíblia fala é conversão.

Já a terminologia “Reino de Deus” na massacrante maioria das vezes é assimilada como vida após a morte, e, muito embora cremos na vida para além da sepultura, se faz necessário frisar que o Reino de Deus é um conceito muito mais amplo do que isso.

Para tentarmos compreender a riqueza desta passagem precisamos analisar qual o contexto do primeiro século e quais eram os desafios de Jesus ao anunciar o evangelho do Reino precedido pelo imperioso “arrependei-vos”.

É fundamental este exercício, não apenas para sermos maiores conhecedores de fatos bíblicos, mas, sobretudo, para que sejamos instruídos com maior rigor pelo Espírito da Palavra.

Jesus está aqui lidando com uma expectativa que os judeus nutriam a séculos. A expectativa de que o cativeiro babilônico teria fim. Não o cativeiro geopolítico propriamente dito, mas a cima de tudo o teológico. Pois embora estivessem livres da Babilônia, não estavam dos romanos.

O povo hebreu, antes de SER feito nação, já havia sido escravo no Egito, porém, a Promessa do Senhor se cumpriu quando libertos das mãos de Faraó se nacionalizaram em Israel.

Entretanto, em 597 a.C., foram cativos na Babilônia e é nesse tempo que Deus lhe fala pelos profetas. Nesse período do cativeiro babilônico é direcionada a Israel a Palavra de restauração, pois afinal, o plano de Deus para lidar com o mal e o pecado do mundo, colocava no seu povo a concretude da palavra dita a Abraão. “Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra.” Gênesis 12:3.

Aquele chamado a Abraão colocava sob Israel a continuidade da missão de ser a luz das nações. Israel sabia ser ele o povo pelo qual o Criador manifestaria ao mundo sua justiça e paz lidando definitivamente com o Pecado de Adão.

A grande questão era quando, como, e por quem?

Havia na nação de Israel vários grupos com suas respectivas cosmovisões acerca de como propor de forma concreta esta restauração, bem como atuarem nela, fazendo com que o Reino de Deus viesse a ser estabelecido.

Quando aparece a expressão: “Reino de Deus” nesse contexto, não se tem em mente um lugar chamado céu para onde os crentes vão após a morte. Antes, faz menção a um modelo celeste sendo implantado na terra, modelo este, onde a vontade de Deus seria feita aqui assim como é feita no céu, ou seja, o fim da rebelião.

As alternativas propostas naquele ambiente do primeiro século são conhecidas.

A alternativa mais propagada foi a farisaica. Os fariseus acreditavam que o fato de Israel ter sido cativa dos babilônios, dos sírios e agora de Roma se dava pelo fato da desobediência à Torá. Portanto seus ensinos visavam estruturar um sistema rigoroso do cumprimento da Lei. Criam que com o cumprimento minucioso das ordenanças, Deus se agradaria dessa fidelidade e por causa dela agiria colocando Israel onde deveria estar mas não estava, ou seja, no topo das nações.

Já a proposta dos essênios, provavelmente de quem descende João Batista, se configurava mais pelo dualismo. O tipo de postura que prega um extremo pessimismo e afastamento deste mundo.

Uma conduta como de quem se abstém das contaminações e aguarda pacientemente Deus agir e colocar todas as coisas no seu devido lugar.

Há também uma proposta mais beligerante como a dos zelotes. Os zelotes eram judeus piedosos, que não só se dedicavam as orações mas também à espada. Acreditavam que deviam orar, mas acima de tudo se preparavam para a guerra santa, certos de que Deus lhes daria a vitória militar contra Roma, e que, esta vitória se daria também na dimensão teológica, pois com ela, Israel, ao invés de ser dominado pelas nações, reinaria sobre elas.

Em meio a esta efervescência a semelhança de partidos políticos nos dias atuais, cada organismo mencionado se valia de prerrogativas e ferramentas para julgar a história.

Todos eles tinham pontos em comum acerca de símbolos extremamente importantes para o povo Judeu vendo neles elementos que os distinguiam dos demais povos.

Mantinham a observação do sábado como fator divino que os distanciavam das nações pagãs.

Outro elemento que funcionava como delimitador da eleição divina era a purificação em relação à comida, conforme Mateus 15:2-3. “Por que transgridem os teus discípulos a tradição dos anciãos? Ele, porém, lhes respondeu: Por que transgredis vós também o mandamento de Deus, por causa da vossa tradição?

Outra tradição cultural muito valiosa para um israelita nesse tempo eram as terras e os laços parentais, capazes de perpetuar a ação histórica do povo escolhido a fim de que fosse benção para as nações.

No entanto o símbolo mais importante era o templo, conforme nos relata o historiador britânico N.T. Wright: “O templo era, naquele período, o coração e o centro do judaísmo, o símbolo vital em torno do qual tudo o mais circulava. Era o suposto lugar no qual YHWE habitava, ou pelo menos tinha habitado e para onde voltaria a qualquer momento. Era o lugar do sacrifício, não apenas o lugar onde pecados eram perdoados, mas também o lugar onde a união e a comunhão entre Israel e seu Deus eram plenamente estabelecidos”.

Do templo manava o poder e autoridade sobre o povo. Quem regia Israel eram os sumos sacerdote, por isso seus fortes laços com a dinastia herodiana e acima de tudo, estava de baixo da supervisão romana.

É nessa circunstância que surge um rapaz oriundo do vilarejo de Nazaré, filho de Maria e José, anunciando que o Reino de Deus havia chegado e que, portanto, todos se arrependessem. Seu nome é Jesus. Um homem simples que diz ser Senhor do sábado; que afirma que o que contamina o homem é o que sai de sua boca e não o que se come. O mesmo que ensina ser seus familiares todos aqueles que fazem a Sua vontade e que o templo será destruído e refeito em três dias.

Esse Jesus que ressignifica tudo o que é sagrado e que se diz antes de Abraão. “Respondeu-lhes Jesus: Em verdade eu vos digo: antes que Abraão existisse, EU SOU.” João 8:58. Ele que com essas palavras disse naquele dia e que insiste também hoje: “arrependei-vos”.

Arrependam-se de acreditar que a salvação é pelos seus méritos ou pela sua moralidade. Arrependam-se de todos os seus projetos ideológicos ou mesmo aqueles mais nobres que aspiram por ser um cidadão melhor.

Arrependam-se e creiam no evangelho. Arrependam-se e creiam na verdade. Arrependam-se e creiam em mim, diz Jesus.

Abandonem todas as falsas esperanças de que o Deus verdadeiro habita em lugares, que valoriza o rigor acético ou que considera sua filiação terrena.

Abandonem a fixação neurótica e doentia que recalcitra à mente de que a fidelidade humana pode dar lastro ao agir de Deus na história.

Jesus quando chama ao arrependimento está convocando a todos que tomem sua cruz juntamente com Ele e O sigam para a morte. Convida a todos que neguem aos seus projetos de vida quanto à salvação e creiam somente na fidelidade Dele para a concretização da redenção de todo Kosmos.

Quando Jesus disse e ainda hoje diz “arrependei-vos”. Ele a semelhança do que dissera aos seus ouvintes acerca de dois mil anos atrás para renunciarem a tudo de mais valioso que conheciam. Como a tradição, os rituais e a religião, quer que renunciemos hoje aquilo que para nós é mais caro e precioso: nossa vida.

Como muito dos ouvintes de Jesus não creram nEle, pois estavam convencidos de que não deixariam algo tão valioso como a Tora, as terras e sobretudo o templo, porque julgavam estar nisso a presença divina, sem, no entanto, perceberem que o cumprimento da Lei é Cristo; nossa pátria transcende a Terra e o templo que YHWHhabita é a Igreja. “Interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, Jesus lhes respondeu: Não vem o reino de Deus em visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o reino de Deus está dentro de vós”. Lucas 17:21, corremos o risco de não percebemos em Jesus o tudo de Deus

Chamados somos ao arrependimento ainda hoje, e nesse chamado é necessário que deixemos de buscar um contentamento em nós ou para nós e creiamos que o contentamento deve estar onde o de Deus está, a saber, no seu Cristo. “E eis uma voz dos céus, que dizia: Esteé o meu filho amado em quem me comprazo” Mateus 3:17. 

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